Ser adepto do benfiquinha...

Realmente o Benfiquinha diz-se um grande clube com um número de adeptos que muitas vezes, segundo o cálculo deles, igual ou superior à População Portuguesa, Angolana, Moçambicana e de Cabo Verde toda junta. Até me espanta não terem incluido o Brasil e a China, mas da China o Farrusco de Alverca já está a tratar do assunto e todos os jogadores que chegam do Brasil para a capoeira são do “time” desde pequeninos (mas nem sabem dizer o nome do “time”). Portanto, são todos adeptos do benfiquinha. Que lindo!!! Mas que número tão grande de adeptos!!! Devem valer tanto como os 18 milhões que vale o Trolha da Somague, 18 milhões de quê é que ninguém sabe. O que valem os adeptos do clube do córócócó?

Qual é a minha surpresa de depois de uma derrota (bem merecida) e de um empate (ai Jesus que lá vou eu) de ouvir ou ler pela internet aquele género de frases confusas e mal articuladas revelando a perplexidade da papagaiada tipo “não vou lá, nem faço nada” ou “ ir ao estádio? Não jogam nada”. A surpresa? Nenhuma. O que valem? Os piriquitos vermelhos é do mais esquizofrénico que há e uma vergonha como adeptos do futebol. Uma comparação? Aqui estão alguns exemplos.

Os adeptos do Sporting Clube de Portugal: 18 anos sem vencer um campeonato, estádio sempre mais do que pela metade e muitas vezes cheio. No antigo estádio de Alvalade existia uma faixa que orgulhosamente dizia “SEMPER FI” (para os incultos do clube das galinhas quer dizer sempre fiéis). Este clube tem a claque mais antiga de Portugal (só para lembrar).

Os adeptos do Futebol Clube do Porto, acho que estiveram 19 anos sem vencer um campeonato: estádio sempre mais do que pela metade e muitas vezes cheio. Fanatismo total e sempre com a equipa. Este ano vão ganhar o campeonato merecidamente porque simplesmente foram os mais regulares e têm a melhor equipa.

Os adeptos do Leixões: Estão na liga de honra, mas chegam a fazer mais de 300 kms para apoiarem a equipa frente a equipas do sul do país. No campeonato deste ano chegaram a estar em número superior em estádios de outras equipas, incluindo no do Olhanense.

Os adeptos do Vitória de Guimarães: Estão em risco de ir parar à liga de honra, mas lá estão em grande número a apoiar a equipa e a lembrarem os jogadores que se falharem vão ter uns tempos bem difíceis pela frente. A festa e o apoio à equipa dos adeptos do Vitória de Guimarães no jogo contra os lampiões foi fantástica (e a vitória também).

As adeptas do Nacional da Madeira: Aquele raio daquelas mulheres são a coisa mais chata que há e nunca se calam, mas estão sempre lá a apoiar o clube. Cantam e gritam o jogo todo. Umas adeptas à maneira da Madeira.

E agora: os adeptos do clube dos “bons pais de família”:

Ganham: casa cheia (os comentadores da TV e jornais adicionam sempre mais uns 5000 lugares), urros e grunhidos a cheirar a vinho a martelo, libertação dos recalcamentos de receberem na sua grande maioria o salário mínimo, incluíndo o Damásio, gritando no seu desespero mais total “Benfica, Benfica” como se estivessem numa reunião da Igreja Universal.
Perdem: 10 pessoas num estádio às moscas para ver o võo do milhafre no início do jogo (que coisa mais ridícula) e mandar uma caralhadas à equipa e especialmente ao treinador que naquele clube vai de bestial a besta e vice versa em menos de 10 segundos. Depois vão para casa bater nas respectivas esposas.

Moral deste comentário: mais vale poucos mas bons, que sentem o clube e que estão sempre lá do que um aviário inteiro que vale o que deixam no poleiro.